sexta-feira, 31 de maio de 2013

Coerência

coerência textual  é o instrumento que o autor  vai usar para conseguir encaixar as “peças” do texto e dar um sentido completo a ele.
Cada palavra tem seu sentido individual, quando elas se relacionam elas montam um outro sentido.

A coerência é a correspondência entre as idéias do texto de forma lógica.



Segundo Koch,todo texto caracteriza-se pela textualidade (= tessitura) considerada 
como 



 rede de relações que fazem com que um texto seja um texto (e não uma simples somatória de frases), revelando uma conexão entre as intenções, as idéias e as unidades lingüísticas que o compõem, por meio do encadeamento de enunciados dentro do quadroestabelecido pela enunciação (1984, p. 22). O texto é, portanto, um todo significativo e coerente, resultado de relações que deverão acontecer entre os elementos, as frases e os parágrafos.

O texto é, portanto, um todo significativo e coerente, resultado de relações que 
deverão acontecer entre os elementos, as frases e os parágrafos.  





Bibliografias:
ASPECTOS DA TEXTUALIDADE
http://w3.ufsm.br/revistaletras/artigos_r2/revista2_4.pdf



Coerência textual

http://www.infoescola.com/redacao/coerencia-textual/


Coerência e coesão textual

http://www.slideshare.net/isj/coerncia-e-coeso-textual




Clarice Lispector


Simples assim! Fernando Pessoa.


Intertextualidade





Pode-se definir a intertextualidade como sendo a criação de um texto a partir de um outro texto já existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida.

Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer ou não em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.



Intertextualidade Implícita



Paródia

Às vezes, a superposição de um texto sobre outro pode provocar certa atualização ou modernização do primeiro texto. Nota-se isso no livro Mensagem, de Fernando Pessoa, que retoma, por exemplo, com seu poema “O Monstrengo” o episódio do Gigante Adamastor de Os Lusíadas de Camões. Ocorre como que um diálogo entre os dois textos. Em alguns casos, aproxima-se da paródia (canto paralelo), como o poema “Madrigal Melancólico” de Manuel Bandeira, do livro Ritmo Dissoluto, que seguramente serviu de inspiração e assim se refletiu no seguinte poema:



Paródia
Assim como Bandeira

O que amo em ti
não são esses olhos doces
delicados
nem esse riso de anjo adolescente.

O que amo em ti
não é só essa pele acetinada
sempre pronta para a carícia renovada
nem esse seio róseo e atrevido
a desenhar-se sob o tecido.

O que amo em ti
não é essa pressa louca
de viver cada vão momento
nem a falta de memória para a dor.

O que amo em ti
não é apenas essa voz leve
que me envolve e me consome
nem o que deseja todo homem
flor definida e definitiva
a abrir-se como boca ou ferida
nem mesmo essa juventude assim perdida.

O que amo em ti
enigmática e solidária:
É a Vida!
(Geraldo ChaconMeu Caderno de Poesia, Flâmula, 2004, p. 37)

Madrigal melancólico

O que eu adoro em ti
não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.

(...)

O que eu adoro em tua natureza,
não é o profundo instinto maternal
em teu flanco aberto como uma ferida.
nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida. (Manuel BandeiraEstrela da Vida Inteira, José Olympio, 1980, p. 83)
A relação intertextual é estabelecida, por exemplo, no texto de Oswald de Andrade, escrito no século XX, "Meus oito anos", quando este cita o poema , do século XIX, de Casimiro de Abreu, de mesmo nome.
Meus oito anos
Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
(Casimiro de Abreu)
"Meus oito anos"
Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua São Antônio
Debaixo das petequeiras
Sem nenhum laranjais
(Oswald de Andrade)


Paráfrase


Uma paráfrase é uma reafirmação das ideias de um texto ou uma passagem usando outras palavras. O ato de paráfrase é também chamado de parafrasear.

Exemplo:


Shrek é um filme norte-americano de 2001, onde o Ogro è personagem principal de cor verde, vem de uma terra Tão Tão Distante, de campos floridos, lembrando a natureza.
A animação, relata a paráfrase que não perde sua essência, o chuchu é verde, as roupas  são parecidas com as do Shrek, e faz uma afirmação da ideia do ogro, quem ver essa animação, relembrará do filme Shrek.





INTERTEXTUALIDADE






Bibliografias

VideoAula - Português - Intertextualidade - Parte I -

http://www.youtube.com/watch?v=QKU26c5IJ38

http://eatrio.net/2012/03/hortifruti-great-store-brilliant-adverts.html

http://www.slideshare.net/Conselio/intertextualidade-4687842


http://foconalingua.blogspot.com.br/2011/06/os-simpsons-o-desenho-dos-simpsons.html
 














quinta-feira, 30 de maio de 2013

O TEXTO E SEUS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO


O TEXTO CONSTITUI UM SISTEMA QUE NÃO DEVE SER IDENTIFICADO COM O SISTEMA LINGUÍSTICO PORQUE ELE NÃO É UMA SIMPLES UNIDADE DE ORDEM SUPERIOR DESTE SISTEMA, MAS SIM UMA UNIDADE COMUNICATIVA QUE SE APRESENTA EM TRÊS PLANOS:  O MORFOLÓGICO, INTEGRADO PELOS ELEMENTOS LINGUÍSTICOS DAS FRASES QUE O COMPÕEM-FONOLÓGICOS GRAMATICAIS . 

SINTÁTICO: QUE SE REFERE ÀS RELAÇÕES ENTRE UNIDADES TEXTUAIS-PROPOSIÇÃO, MACROESTRUTURAS E QUE NÃO PODE SER CONFUNDIDO COM A SINTAXE DA ORAÇÃO:

SEMÂNTICO, QUE SE REFERE AO CONTEÚDO DAS UNIDADES TEXTUAIS, E SE ORGANIZAM.


COERÊNCIA (SEMÂNTICA, SINTÁTICA, ESTILÍSTICA E PRAGMÁTICA) .

SEMÂNTICA-RELAÇÃO ENTRE SIGNIFICADO DOS ELEMENTOS DAS FRASES EM SEQUENCIA EM UM TEXTO OU ENTRE OS ELEMENTOS DO TEXTO COMO UM TODO.






COERÊNCIA SINTÁTICA-REFERE-SE AOS MEIOS SINTÁTICOS UTILIZADOS PARA SE ALCANÇAR A COERÊNCIA SEMÂNTICA (CONECTIVOS, USO DE PRONOMES DE SINTAGMAS NOMINAIS DEFINIDOS E INDEFINIDOS ETC)


COERÊNCIA ESTILÍSTICA- REFERE-SE AO USO DE ELEMENTOS LINGUÍSTICOS CONSTRUTIVOS DO MESMO ESTILO OU REGISTRO LINGUÍSTICO . O LÉXICO E OS TIPOS DE FRASES SÃO ALGUNS DESTES ELEMENTOS.

(O Tonecas entra na aula em grande choradeira, porque lhe tinham batido)

Professor - Vamos lá a saber: quem foi que lhe bateu?...
Tonecas - Foi o voticário!
Professor- Boticário! Boticário com B!
Tonecas - Não, senhor. Com as mãos. Já disse que apanhei dois tabefes!
Professor - Bem sei. Mas eu quis emendar a sua pronúncia da palavra boticário. É boticário, com b, e não voticário. Mas, diga-me: que fez o menino ao farmacêutico para o levar a tais extremos?
Tonecas - Não fiz nada ...
Professor - Hum ... custa-me a acreditar... Ora, vejamos: que foi o menino fazer a farmácia?
Tonecas - Fui comprar cinco tostões de bicarbonato para a minha mãe de sódio.
Tonecas - Eu entrei na farmácia, que estava cheia de freguesia, e disse logo, muito alto: - Avie-me, que estou com muita pressa! O farmacêutico olhou-me com mau modo e respondeu: - Espere a sua vez, menino! E vai eu, disse-lhe: - Se não me avia imediatamente faço aqui um barulho que os fregueses vão-se todos embora! E vai ele, perguntou-me: - Então que é que o menino deseja? E vai eu, respondi: - Dê-me cinco tostões de bicarbonato para cozer mais depressa os feijões de sódio em dois papéis!
Professor - Que trapalhada!
Tonecas - E vai ele, aviou-me. E, depois, perguntou: - Deseja mais alguma coisa?
E vai eu, respondi: - Desejo, mas não me lembro agora o que é! E vai ele, disse-me: - Pois então avie-se que eu tenho os outros fregueses à espera! E vai eu, respondi: - Deixe ver se me lembro! E vai ele, disse-me: - Veja lá, será mostarda, linhaça, enxofre, magnésia, borato, arnica... E vai eu, respondi: - Não senhor, não é nenhuma dessas coisas. E ele, já muito aborrecido, continuou: - Então, será óleo de rícino, manteiga de cacau, nitrato de prata, naftalina, glicerina, estriquinina... - Alto! - gritei eu. - Já sei o que é!... - Ora até que enfim! - disse ele. - Então que deseja o menino? E vai eu, respondi: - Desejo que faça o favor de me dizer as horas certas.
Professor- Oh!. E depois?
Tonecas - E, depois, ele pregou-me dois bananos! (Chora)
Professor - Dois quê?...
Tonecas - Bananos! Calhetas! Solhas! Tapa-olhos!
Professor - Basta menino, basta! Então eu não lhe tenho dito que precisa de tomar cuidado com a língua?..,
Tonecas - Pois tem! E foi o que me valeu! Se não a encolho tão depressa, tinha-a trincado com os dentes.


COERENCIA PRAGMÁTICA- REFERE-SE AO TEXTO VISTO COMO UMA SEQUENCIA DOS ATOS DE FALA. EXEMPLLO DE AGUNS SEQUENCIA COERENTE. PEDIDO-ATENDIMENTO, PEDIDO-RECUSA-JUSTIFICATIVA, SAUDAÇAO-DESPEDIDA.

A: Você pode-me dizer onde fica a Rua Alice?
B: O ônibus está muito atrasado hoje.

No balcão da companhia aérea, o viajante perguntou à atendente:
A - A senhorita pode me dizer quanto tempo dura o vôo do Rio a Lisboa?
B - Um momentinho.
A - Muito obrigado.

COESÃO-É UMA RELAÇÃO SEMÂNTICA ENTRE UM ELEMENTO NO TEXTO E ALGUM OUTRO ELEMENTO QUE É CRUCIAL PARA A SUA INTERPRETAÇÃO (HOLLIDAY & HASAN ,1976, P 8)




EM SEGUIDA O TEXTO COESO:



TEXTO  É UM SISTEMA CONSTITUÍDO POR TER PLANOS DE UNIDADE DE SENTIDO SENDO ELAS; SENTIDO MORFOLÓGICO, FORMAÇÃO DE PALAVRAS, SENTIDO SINTÁTICO, DIALOGO, PARTES E  SENTIDO SEMÂNTICO SENTIDO SIGNIFICADO.







terça-feira, 21 de maio de 2013

A Linguística e Ferdinand Sassure.




O que é linguística?








É a ciência que estuda a linguagem verbal humana.











Ferdinand Saussure foi um estudioso que se preocupou em definir um objeto de estudo, o qual não havia sido preocupação e objetivo de nenhum outro estudioso. Nascido em 26 de novembro de 1857 em Genebra, foi um linguista e filósofo suíço. Iniciou nos estudos da Linguística com incentivos do filólogo Adolphe Pictet. Lecionou Lingüística Geral na Universidade de Paris e de Genebra por mais de 20 anos. Faleceu na cidade de Morges, em 22 de fevereiro de 1913. Três anos após a morte de Saussure, foi lançado o Curso de linguística Geral- CLG, que é resultado de anotações minuciosas de alunos freqüentadores de 3 cursos ministrados por ele na Universidade de Genebra, entre 1907 e 1910. Essas anotações serviram de base para a organização da obra feita por Charles Bally e Albert Sechehaye, que recriaram cuidadosamente o pensamento do pioneiro na lingüística.
A partir da metodologia de Sassure, houve o surgimento de duas grandes tendências: formalismo (corrente que segue Saussure) e funcionalismo (corrente que o contraria). 




As dicotomias saussureanas 

* Língua X Fala 
Saussure definiu o objeto de estudo da linguística moderna. Para ele, a fala é assistemática, heterogênea e concreta; já a língua é sistemática homogênea, abstrata e, portanto, passível de análise interna. A língua (langue) passou a estabelecer uma oposição à fala (parole). Sendo assim, Saussure promoveu o corte que deixa de fora as questões relativas à fala.







* Sincronia X Diacronia
Ferdinand de Saussure enfatizou uma visão sincrônica, um estudo descritivo da linguística em contraste à visão diacrônica da linguística histórica, a qual estudava a mudança dos signos no eixo das sucessões históricas, estudo este que era a maneira pela qual o estudo de línguas era tradicionalmente realizado no século XIX. Ao propor uma visão sincrônica, Saussure procurou entender a estrutura da linguagem como um sistema em funcionamento em um dado ponto do tempo (recorte sincrônico).
 Esquema proposto por Saussure (1973, p. 95): AB representa o eixo das simultaneidades (sincronia); CD, o eixo das sucessões (diacronia). 

 A B 
 D 
 Saussure adotou a sincronia. Preocupou-se em compreender como funcionam e não como se modificam as línguas.

* Sintagma X Paradigma
A linguagem tem dois modos de funcionamento: a combinação (relações sintagmáticas) e a seleção (relações associativas ou paradigmáticas). Isto é, funciona a partir do encontro, na cadeia linguística, do eixo das relações sintagmáticas com o das relações associativas. O eixo sintagmático (mecanismo de combinação) é a realização da língua, representando a fala; o eixo paradigmático (mecanismo de seleção) representa o plano da língua, sistema disponível na memória do falante.

* Significante X Significado
O signo linguístico constitui-se numa combinação de significante e significado, como se fossem dois lados de uma moeda. O significante é uma "imagem acústica" (cadeia de sons) e reside no plano da forma. O significado é o conceito e reside no plano do conteúdo.

Significado e significante 
 (i) Significado: conceito ou ideia; 
(ii) Significante: elemento sensível ou plano de expressão.
Toda palavra que possui um sentido é considerada um signo linguístico. Ex: “livro”. 
Quando se observa o signo “livro”, percebe-se que ele é a união de som (ou escrita) e 
conceito, ou seja, significante e significado, respectivamente. 
 O signo apresenta duas características básicas: 
(i) arbitrariedade: uma das características do signo linguístico é o seu caráter arbitrário. 
Não existe uma razão para que um significante (plano de expressão) esteja associado a um significado (plano do conteúdo ou ideia). Isso explica o fato de que cada língua emprega significantes diferentes para um mesmo significado (conceito). Ex.: “mesa” (português); “table” (inglês); (ii) linearidade: os componentes que integram um determinado signo se apresentam um após o outro, tanto na fala como na escrita. É o eixo sintagmático.



Chamamos signo à combinação do conceito e da imagem acústica [...] Propomos manter a palavra signo para designar o total e substituir conceito e imagem acústica respectivamente por significado e significante.
[ Curso de Linguística Geral, Editorial D.Quixote, 7ª Edição, Janeiro de 1995, pp.123 e 124 ]

LÍNGUA, FALA, SIGNIFICADO, SIGNIFICANTE, SINCRONIA E DIACRONIA









CARACTERÍSTICAS DO SIGNO LINGÜÍSTICO
Arbitrariedade: uma das características do signo lingüístico é o seu caráter arbitrário. Não existe uma razão para que um significante (som) esteja associado a um significado (conceito). Isso explica o fato de que cada língua usa significantes (som) diferentes para um mesmo significado (conceito).
Linearidade: Os componentes que integram um determinado signo se apresentam um após o outro, tanto na fala como na escrita.
DIVISÕES DA LINGÜÍSTICA
- Fonética: Estuda os sons da fala.
- Fonologia: Estudo dos fonemas.
- Morfológica: Estuda a estrutura, formação, as flexões e a classificação das palavras.
- Sintaxe: Se ocupa das relações entre as palavras ou entre as orações.
- Semântica: Estuda a significação das palavras.
- Lexicologia: Estuda o conjunto de palavras de um idioma.
- Estilística: A estilística nos dá vários recursos para tornarmos os nossos discursos (falados ou escritos) mais expressivos e elegantes. Esses recursos são as figuras de linguagem e os vícios de linguagem.
- Pragmática: Estudo de como a fala é usada na comunicação diária.
- Filologia: Estuda a língua através de documentos escritos antigos.
É bom ressaltar que nem todos os lingüistas concordam com essa divisão.


LINGUISTAS NOTÁVEIS
- Franz Bopp - Leonard Bloomfield - Roman Jakobson - Umberto Eco - Noam Chomsky  - Michael Halliday.


Alguns lingüistas estudam a linguagem de apenas um indivíduo, outros estudam a linguagem de uma comunidade inteira.

Bibliografias:

educacao.uol.com.br/biografias/ferdinand-de-saussure.jhtm

www.linguisticaelinguagem.cepad.net.br/EDICOES/09/Arquivos/07.pdf
Curso de Linguística Geral
books.google.com/books?id=Nsd0kiUfrlgC&sitesec=reviews